Entenda como funciona as estruturas warehouse em operações de securitização
As estruturas warehouse (ou de “armazém” de recebíveis) permitem que originadores acumulem volumes significativos de ativos antes de realizar uma securitização definitiva. Essa abordagem não apenas otimiza os custos da operação, mas também proporciona maior eficiência operacional no processo de securitização.
O funcionamento desta estrutura baseia-se na aquisição de carteiras de ativos por um veículo de propósito específico (VPE), que atua como intermediário durante o chamado warehouse period.
Durante esse período, o originador continua sua atividade regular de geração de novos ativos enquanto conta com uma fonte de financiamento temporário. Em essência, essa estrutura funciona como uma ponte entre o processo contínuo de originação e a securitização definitiva.
De acordo com o artigo 2º, XIII, da Resolução CVM nº 60/21, warehousing consiste na
“aquisição gradual de direitos creditórios por parte relacionada à companhia securitizadora, com o intuito de montar uma carteira que contenha ativos com diferentes relações de risco e retorno, que possam servir de lastro para diferentes operações de securitização.”
A prática de warehousing consiste em uma exceção à vedação das companhias securitizadoras adquirirem direitos creditórios ou subscrever títulos de dívida originados ou emitidos, direta ou indiretamente, por partes a elas relacionadas, com o propósito de lastrear suas emissões, nos termos do artigo 18, I, “d”, da Resolução CVM nº 60/21.
O uso desse mecanismo proporciona maior flexibilidade na gestão do momento mais oportuno para realizar a operação de securitização definitiva, permitindo, por exemplo, aproveitar condições de mercado mais favoráveis.
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